Jefson Bezerra de Azevedo Filho e Vanessa Spinosa


MEDIEVO NA REDE: ELABORAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA



As tecnologias, cada vez mais presentes em nossas vidas, trazem transformações e desafios para a Educação contemporânea. Com isso, faz-se necessário que haja profundas mudanças nos modelos educacionais a fim de conscientizar os alunos para o uso dessas tecnologias e do espaço virtual, surgindo a partir disso, novas abordagens e metodologias de ensino. Muitas dessas inovações, como nos lembra Gomes [2015], exigem o deslocamento do protagonismo do professor para o discente, tornando-os sujeitos que participam ativamente no processo educativo, são as chamadas metodologias ativas.

Para se chegar a esse nível, segundo Moran [2015], é necessário que o professor adote metodologias para que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados com apoio de materiais relevantes, constituindo assim, o ponto de partida para avançar para processos mais complexos de educação. É necessário também que esses desafios sejam bem planejados, contribuindo para desenvolver as competências desejadas, como as intelectuais, emocionais, pessoais e comunicacionais, exigindo pesquisar, avaliar situações a partir de pontos de vista diferentes, fazer escolhas, assumir alguns riscos, aprender pela descoberta, caminhar do simples para o complexo, sempre com a ajuda do professor.

Além disso, as metodologias ativas podem ser combinadas com o uso de tecnologias, transformando se em Ensino Híbrido ou blended learning. Moran [2015] pressupõe que dentro dessa perspectiva, os processos que são mais planejados, organizados e formais, se mesclem com outros mais abertos ou informais, como por exemplo os que acontecem nas redes sociais, com uma espontaneidade maior, e também, uma maior fluência de imagens e vídeos.

Apesar das tecnologias estarem ao nosso dispor, ainda temos um longo caminho a percorrer para que elas sejam utilizadas de forma a promover a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem. Se usadas de modo correto, as tecnologias podem representar uma nova forma de partilhar ideias, estratégias e reflexão em sala, vislumbrando, assim, um papel importante para as novas tecnologias e proporcionando métodos  que transgridem o ensino tradicional.

O Ensino de História Medieval aliado às tecnologias
A História Medieval é um dos períodos históricos mais complexos a ser estudado, pois entende-se que “A Idade Média é o buraco negro da cultura europeia” [Libera, 2015; Franco Júnior, 1994; Macedo, 2003; Pernoud, 1994], devido ser um período longo e impregnado de estereótipos e conceitos deturpados. 

Diferente do que se costuma lecionar na Educação Básica, a Idade Média não foi uma época de estagnação e de trevas. Junior & Zabarto [2017] discutem que o período “vai muito além do que apenas pessoas morrendo de fome, de epidemias, de ignorância perante a Igreja, de guerras santas e tempos de castelos, além da visão romantizada do cavaleiro e a dama” [Júnior; Zabarto, 2017. p. 232], pelo contrário, foi em que mais floresceu o campo da mentalidade humana, desenvolvimento de doutrinas filosóficas, transições de artes, renascimento das cidades, e vários outros avanços. Isso sem mencionar as Universidades, que foi uma das grandes criações da Idade Média e que resistem até os dias atuais, como mostra Verger [2002]. No entanto, é um desafio falar de um período tão remoto usando novas tecnologias, porém, não impossível. Segundo Viana:

“A revolução historiográfica e as novas possibilidades de utilização de objetos na pesquisa histórica favoreceram a modificação e ampliação do pensamento sobre a pesquisa em História Medieval, influenciando, consequentemente, as reflexões sobre o ensino deste período. Um dos problemas que ainda encontramos no Ensino de História Medieval é a utilização de conceitos de forma errônea, os quais podem dificultar o aprendizado caso não sejam abordados corretamente pelos professores e também a não preocupação de demonstrar a fluidez contextual ao se utilizarem barreiras (didáticas) temporais para a análise de um período histórico”. [2017, p.28].

Ao tratar dessas barreiras didáticas, é possível incentivar os alunos a usarem a tecnologia digital a seu favor, mostrando maneiras mais responsáveis de fazerem pesquisas na internet, navegar mais conscientes e seguros para não cair em sites que usam informações fakes ou não usam referenciais teóricos para embasar os argumentos sobre o período estudado. Pois assim como nos lembra Alves [2018]:

“O Ensino de História tem por objetivo, portanto, contribuir para que educador e educando (re)conheçam o papel social de sua ciência de estudo para interpretar o cotidiano vivido com autonomia de pensamento e constante autorreflexão acerca de suas práticas”. [Alves, 2018, p. 23].

Neste ínterim, segundo Lucchesi e Costa [2016], novas práticas escolares que ajudem os alunos a lidarem com a multiplicidade e imprevisibilidade dos produtos culturais digitais são necessárias. Trabalhando dessa forma, o professor pode-se abordar novas perspectivas sobre os temas históricos e contribuir para que o aluno adote uma posição crítica, sempre fundamentando sua análise.

Construção da autonomia discente a partir do Projeto Produto Virtual (PPV)
Trazendo essa realidade para o ensino de História, podemos refletir sobre como os alunos se apropriam das ferramentas e linguagens existentes na rede, relacionando estudos e pesquisa, para mostrar seus aprendizados em diferentes suportes e ambientes, ao construir um Produto Virtual/Digital ou material didático, pensado para alunos e professores da rede básica de ensino. Nesse sentido, ações que relacionam História e Ambientes Digitais, como demonstra Spinosa [2019], podem fazer os alunos e professores saírem da zona de conforto e gerar um ambiente, dentro de uma plataforma conhecida por eles, para produções sobre História.

A iniciativa partiu do projeto de monitoria “Letramento Digital no Ensino de História: metodologias ativas e TDICs como construção da autonomia discente” no ano de 2019, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, campus Caicó e desenvolvido ao longo do desenvolvimento dos componentes curriculares de História Medieval I e História Medieval II, em sala de aula. O projeto foi dividido em duas etapas, onde sob a supervisão da docente responsável pelas disciplinas, e com o apoio de monitores, a turma da manhã elaborou produções virtuais sobre os conteúdos estudados em redes sociais de sua escolha, e a turma da noite, construiu materiais didáticos, digitais ou não, também sobre o que foi visto em sala.

Inicialmente, a partir da metodologia empregada, os discentes da turma matutina, divididos em equipes, confeccionam produtos digitais como resultado do seu aprendizado em História Medieval, tendo como público-alvo principalmente os alunos da rede básica de ensino. De acordo com o planejamento, durante a unidade I, os alunos deveriam construir um projeto o tema que gostariam de pesquisar dentro da disciplina que cursam, elegem qual a plataforma digital desejam utilizar, qual o  público alvo (ensino básico, superior, público em geral) a que se destina seu produto e quantas postagens desejam fazer. Após esta fase, durante a unidade II e III, acompanhados de orientações da docente e dos monitores dentro e fora de sala de aula, eles deveriam associar as leituras acadêmicas debatidas em sala, com os conteúdos pesquisados por eles em diversas mídias. Ao fim das disciplinas, foram produzidos ao todo pela turma matutina 13 produtos virtuais sobre temáticas diversas de História Medieval, que estão disponíveis em ambientes digitais como instagram, wattpad, kindler, blogger e facebook. Dos projetos construídos, seguem dois exemplos para análise:


Figura 01 -  Faces Medievais. Fonte: Acervo pessoal


Figura 02 - Os contos de Mira. Fonte: Acervo pessoal

Na figura 01, a equipe escolheu a plataforma Instagram para expressar suas ideias. Segundo o projeto, seu objetivo principal era “apresentar personagens, que corriqueiramente não tem visibilidade na educação básica (monges, mulheres, artistas). Dessa forma, nosso público poderá conhecer melhor o outro lado” da Idade Média” [Projeto Produtivo Virtual, Faces Medievais, 2019, p. 02]. Pensado como público-alvo os alunos do ensino médio, a produção traz uma série temas sobre o período. As postagens trataram sobre pobres, feiticeiras, judeus, prostitutas e homossexuais e foram formuladas a partir das discussões em sala de aula. Ao todo, o projeto Faces Medievais produziu 22 postagens obtendo o alcance de 40 usuários mensais.

Os Contos de Mira, produto exposto na figura 02, diferente da maioria dos grupos que escolheram redes sociais mais populares, como instagram e facebook, foi publicado no Wattpad, que é um site de compartilhamento de histórias, artigos, relatos, poemas ou fanfics com outras pessoas. O discente responsável pelo produto, pretendia fazer um conjunto de contos que formaria um livro de histórias medievais, com o objetivo de “exemplificar o período medieval aos olhos de um personagem que vive esse tempo: Mira, uma jovem mulher – ambientada no século IX – que decidiu relatar as narrativas que escutava durante sua infância e juventude de seus parentes” [Projeto Produtivo Virtual, Os Contos de Mira, 2019, p. 02]. Escrito para jovens, o livro conta com 8 capítulos escritos em formato de contos, que tratam sobre temas como os povos germânicos, isla, práticas mágicas e mulheres. Os contos, até a finalização do componente curricular, teve 194 leituras.

Produção de materiais didáticos
Diferente da turma do período matutino, a turma dos discentes turno vespertino poderiam escolher entre fazer um PPV ou produzir um material didático. Essa diferença se deu pelo fato de os discentes da noite não terem tanto tempo disponível, seja por questões pessoais ou relacionadas ao trabalho, afetando assim, seu tempo para realizar as produções.

Assim como o PPV da turma matutina, divididos em equipes, os alunos deveriam confeccionar produtos, digitais ou não, como resultado do seu aprendizado em História Medieval, tendo como público-alvo também os alunos e professores da rede Básica de ensino. No entanto, os materiais didáticos devem estar alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pois acreditamos que quando as produções estão voltadas para o desenvolvimento de competências e habilidades nos alunos, o aprendizado transcende a simples memorização e a passividade frente ao conteúdo estudado. O planejamento do curso seguiu semelhante ao anterior, onde na unidade I os alunos fariam o planejamento do seu produto, e na unidade II e III teriam que executar o que foi projetado. Com isso, a turma noturna produziu 11 materiais didáticos, sendo que 4 desse total  são virtuais, e 7 em formato físico. Para analise sera mostrado também 2 materiais didáticos, no entanto, são em formato físico:


Figura 03 - Brincando Com o Medievo. Fonte: Acervo Pessoal


Figura 04 - Super Medievo. Fonte: Acervo

Acima, na figura 03, vemos o produto Brincando com o Medievo, um jogo de tabuleiro movido por perguntas e respostas referente ao Império Bizantino, Ocidente Carolíngio e a Expansão do Islã, pensado para alunos do ensino fundamental. Seu objetivo “é trabalhar habilidades durante as partidas, como concentração e boa memória, além dos conhecimentos dos alunos, formados em sala de aula através das aulas passadas dadas em sala, tendo o livro didático como base, juntamente com bibliografias e recursos áudio visuais auxiliares [Projeto Material Didático, 2019. p, 01].  Apesar dos grupos serem incentivados a buscar na BNCC conteúdos para nortear seu produto, esse grupo em particular não conseguiu encontrar competências e habilidades que se ajustassem ao jogo. No entanto, ao observar o documento encontramos no 6 ano, a unidade temática “Lógicas de organização política”, que traz o objetivo de conhecimento “A fragmentação do poder político na Idade Média”, relacionada as habilidades “(EF06HI14) Identificar e analisar diferentes formas de contato, adaptação ou exclusão entre populações em diferentes tempos e espaços”, e “(EF06HI15) Descrever as dinâmicas de circulação de pessoas, produtos e culturas no Mediterrâneo e seu significado” [Brasil, 2018, p. 423].

Por fim, na figura 04, podemos observar o Super Medievo, um jogo de baralho inspirado no jogo clássico Super Trunfo que traz personalidades do Império Carolíngio, Império Bizantino, e Islã Medieval, sendo criado para os alunos do Ensino Fundamental, sobretudo, do 7º ano. O objetivo didático-pedagógico do jogo é “a aproximação entre os discentes e estes personagens inspirados em figuras históricas. O docente pode e deve utilizar o jogo como instrumento para apresentar estas figuras, além de problematizar a história dos grandes homens” [Projeto Material Didático, 2019. p, 02]. As competências e habilidades da BNCC que o jogo busca desenvolver é “(EF06HI18) Analisar o papel da religião cristã na cultura e nos modos de organização social no período medieval” e “(EF06HI19) Descrever e analisar os diferentes papéis sociais das mulheres no mundo antigo e nas sociedades medievais” [Brasil, 2019, p. 425].

Nesse sentido, os resultados apontam que é possível promover a melhoria do processo de ensino-aprendizagem em História Medieval a partir do uso das TDICs, e como é  importante se ter letramento no universo digital para a construção do conhecimento científico e cidadão. Ao analisar a metodologia empregada, nota-se que, ao construir materiais didáticos e postagens para seus ambientes digitais, os discentes podem desenvolver competências e habilidades, como pesquisar e criar conteúdos para Historia que estarão vinculadas a sua formação acadêmica. Além do mais, em suas pesquisas, os discentes têm autonomia para buscar e consumir as informações, construindo assim o seu próprio aprendizado, deslocando da figura do professor o papel de detentor do saber, e transformando-o em mediador do conhecimento, ajudando a formar cidadãos críticos e autônomos. Observa-se que foram produzidos 13 produtos virtuais no primeiro semestre, e outros 13 no segundo semestre pela turma da manhã, enquanto que a turma noturna construiu 12 materiais didáticos no primeiro semestre e 11 materiais no segundo semestre.

Outro ponto que merece ser relatado, diz respeito á experiência vivenciada pela monitoria, que ao colocar em prática no ensino superior os ensinamentos adquiridos a partir da metodologia empregada pela professora responsável pela disciplina, propiciou aos monitores um crescimento tanto profissional, quanto pessoal na medida em que eram exigidas competências como concentração, responsabilidade, argumentação e domínio dos conteúdos, para fazer intervenções em sala, criando assim, novas práticas pedagógicas.

Conclusões
É evidente que as práticas de ensino passam por ressignificações. Nesse processo, as tecnologias podem servir como ferramentas para incentivar as pessoas a desenvolverem o seu potencial criativo. Podem funcionar, segundo Gomes [2015], como amplificadores da curiosidade, pois permitem a produção de mídias com muita plasticidade e facilidade, e além disso, podem ainda funcionar como um elemento que nos permite compartilhar, aprender mais rápido, no nosso próprio passo, ritmo e estilo de aprendizagem.

Como professores de História, não precisamos ajudar nossos alunos a memorizar datas ou fatos. Seremos melhores educadores quando formos capazes de colaborar com nossos alunos no seu processo de construir seu conhecimento de maneira autônoma, a partir do contexto em que vivem, pois como nos lembra Freire [2003] “Ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” [Freire, 2003, p. 47]. Neste ponto, as tecnologias podem nos oferecer modelos educacionais que transgride os métodos tradicionais de ensino.

Referências
Graduandos em História UFRN

ALVES, R C. Ensino de História e História Pública: conhecimento histórico e seu papel social. Diálogos, v.22, n.3, (2018) 20-31.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio.
Acesso em 27/03/2020.
FRANCO JR, Hilário. A Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários. São Paulo: Paz e Terra, v. 27, 2003.
GOMES, Alex Sandro (et al). Cultura digital na escola. Recife, Pipa Comunicação, 2015.
JUNIOR, José Walter Cracco; ZARBATO, Jaqueline Aparecida Martins. O ensino de História medieval no Ensino Fundamental: entre jogos e novas experiências a partir do Pibid. Ensino & Pesquisa, v. 15, n. 1, 2017.
LIBERA, Alain de. Pensar a Idade Média. São Paulo: Editora 34, 1999.
LUCCHESI, Anita; COSTA, Marcella Albaine Da. Historiografia escolar digital: dúvidas, possibilidades e experimentação. História, Sociedade, Pensamento Educacional: experiências e perspectivas, 2016.
MACEDO, José Rivair. Repensando a Idade Média no ensino de História. História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas, v. 5, 2003.
MORÁN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção mídias contemporâneas. Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens, v. 2, n. 1, p. 15-33, 2015.
PERNOUD, Régine. Idade Média: o que não nos ensinaram. Rio de Janeiro: Agir, 1994.
SPINOSA, Vanessa. Experiência Interdisciplinar com TDIC’s no Ensino Superior: O Projeto de Ensino no  mbito da História. Educação e Tecnologias: Experiências, Desafios e Perspectivas 3. 1ed.: Atena Editora, 2019, v. , p. 108-116.
VIANNA, Luciano José. Do presente para o passado: uma reflexão sobre o Ensino de História Medieval na contemporaneidade From present to past: a reflection on the teaching of medieval history in the contemporary times. TEL Tempo, Espaço e Linguagem, v. 8, n. 2, p. 16-31, 2018.

21 comentários:

  1. Caros autores,
    Alguma notícia sobre a recepção do projeto “faces medievais”? Outras pessoas que não os alunos viram, comentaram?

    Vocês sugerem algum texto que ensina como ensinar os alunos a fazerem seus próprios jogos, como os de baralho aqui no texto?
    Ass. Nathany A. W. Belmaia

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    1. Olá Nathany, tudo bem? Todos as produções são abertas ao público externo, portanto, há outros seguidores além dos alunos. É um projeto que está sendo desenvolvido desde 2018, se quiser, podemos passar a lista do que foi produzido até o ano passado via e-mail, ja que esse ano, nossas atividades tiveram que ser interrompidas devido a pandemia.

      Sobre a segunda questão, nós trabalhamos dentro dos temas do componente curricular, recursos que eles podem usar como ideias para seus produtos virtuais. Por exemplo, jogos, postagens, podcasts, sendo todo esse material elaborado pela monitoria. Quando os discentes vão construir seus ambientes virtuais ou jogos, eles mesmos fazem as pesquisas a partir dos temas trabalhados em sala, e contam com a ajuda da docente responsável e dos monitores para melhorar seu produto e só então, depois disso, é que será postado em seu respectivo espaço.

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  2. Prezados, parabéns pelo trabalho! Fiquei encantado.

    Poderiam dar mais informações sobre a recepção do alunado diante de cada um dos produtos?

    Cordialmente,

    Renan Birro

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    1. Olá Renan, ficamos felizes que tenha gostado! No geral, sempre no início dos semestres, há algum estranhamento por parte dos alunos por trabalharmos em uma perspectiva transgressora. O Projeto Virtual traz em si uma metodologia que coloca o discente como protagonista do seu próprio aprendizado. Eles são os que fazem as pesquisas para compor seu ambiente e suas publicações. Mas, depois de um tempo, eles passam a gostar e a divulgar seus projetos e entram no ritmo. No fim dos componentes curriculares de História Medieval I e II, sempre fazemos uma espécie de culminância, e convidamos professores de História da rede básica para assistirem as apresentações dos projetos. Os professores sempre dão sugestões de como melhorar o projeto, comentam os pontos positivos, negativos, etc. Nas turmas em que se desenvolvem materiais didáticos, acontece da mesma forma. No ano passado eles realizaram ate uma “feira medieval” para apresentarem seus produtos à comunidade interna e externa da UFRN, também com participação de professores da rede básica. Ao final de cada disciplina, sempre lançamos também questionários online para as turmas, na perspectiva de analisar como está sendo a experiência de elaborar os PV`s, e também perceber como o uso das TDIC ́s é aceita pelos alunos como forma de avaliar seu desempenho.

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    2. Muito interessante esse contato com os professores da rede básica. Essa iniciativa poderia até mesmo se configurar como um projeto de extensão da universidade, se isto ainda não foi feito.

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  4. Boa tarde, Jefson e Vanessa. Qual a relação entre os materiais desenvolvidos pelas turmas matutina e noturna com as metodologias ativas ou o ensino híbrido? Os materiais incentivam a tomada de decisões, avaliação de resultados ou outras atividades mais complexas?

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    1. Olá Guilherme, durante nossas aulas, para trabalharmos os temas relacionados à História Medieval (povos germânicos, Impérios Carolíngio, Bizantino, Islâmico, etc) usamos principalmente a abordagem do ensino híbrido, onde os alunos precisam resolver atividades pensadas de forma que os ajudem a compor seus materiais didáticos, como por exemplo: painéis integrados para trabalhar os textos, que após os grupos estarem misturados, é necessário que façam algum produto de maneira colaborativa, como um texto no google docs, ou slide colaborativo; construir uma página de livro didático online sobre determinado tema; fazer podcasts; gravar vídeos… Todas essas atividades são usadas como avaliação, além do PV.

      Acreditamos que é nesse ponto, que convergimos para as metodologias ativas, pois, parafraseando Moran (2015) “Nas metodologias ativas de aprendizagem, o aprendizado se dá a partir de problemas e situações reais; os mesmos que os alunos vivenciarão depois na vida profissional, de forma antecipada, durante o curso”. Durante nossas aulas, o estímulo à crítica e reflexão é incentivado pela professora Vanessa que conduz a aula, mas o centro desse processo é, de fato, o próprio aluno.

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    2. Esse esclarecimento é bem importante e poderia ser incluído numa revisão do texto, de maneira a deixá-lo mais orgânico, articulando a parte teórica com a parte de análise empírica.

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    3. Isso mesmo Guilherme, poderemos incluir na versão final. Obrigado pelas sugestões!

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  5. Uma consideração sobre o texto: Acredito que você poderiam explicar melhor a relação entre os materiais utilizados como exemplos e as competências das BNCC, pois estas são elencadas sem que o leitor consiga entender de que forma a dinâmica dos jogos ou das postagens virtuais incentivam seu desenvolvimento.

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    1. Obrigado pela sugestão, vamos pensar sobre isso da próxima vez!

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  6. Bom dia, ótimo texto! Minha questão é quanto a interdisciplinaridade. Durante o processo vcs tiveram apoio de outros componentes curriculares? Quais? Como ocorreu a troca de saberes?

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    1. Olá, ficamos felizes que tenha gostado do texto! Ano passado, nosso trabalho foi feito em conjunto com o componente curricular de Didática, já que o desafio final de História Medieval I e II é construir um plano de aula com o material didático ou o projeto virtual seu, ou de outro grupo. O trabalho em conjunto rendeu bons frutos, tanto em relação ao aproveitamento dos alunos, quanto a otimizar as tarefas, pois os alunos poderiam fazer algo que valeria para as duas disciplinas. Esse ano o nosso plano também contempla as duas matérias.

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  7. Boa noite, Jefson Bezerra e Vanessa Spinosa


    No projeto “Letramento Digital no Ensino de História: metodologias ativas e TDICs como construção da autonomia discente” quais foram as principais dificuldades apresentadas pelos discentes da turma matutina, que desenvolveu produtos digitais voltados ao ensino de História medieval na educação básica, e pelos discentes da turma vespertina, que desenvolveram 11 materiais didáticos, também voltados ao ensino de História medieval na educação básica, dos quais 7 em formato físico e 4 em formato virtual? A que vocês atribuem as dificuldades de cada grupo?

    Pablo Eduardo da Rocha Souza

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    1. Olá Pablo. As principais dificuldades apresentadas pelos discentes da turma matutina, é adequar a linguagem do seu produto à plataforma elegida e ao público alvo a que pretendem escrever. Por exemplo, eles têm liberdade para escolherem para qual nível do ensino básico destina-se seu produto. Aqueles que escolhem níveis mais baixos, por exemplo do 4º ao 9º ano do ensino fundamental, é comum que tenham dificuldade em desenvolver uma linguagem menos rebuscada, diferente daqueles que optam fazer seu produto pensando em um público mais maduro. Somado a isso, além de fazer algo que faça sentido para crianças ou adolescentes, os discentes precisam adequar essa produção à linguagem da plataforma, como por exemplo, no instagram há um limitação de caracteres, ou o facebook que mesmo sendo possível construir um texto maior, textos grandes podem fazer com que o post seja menos atrativo e enfadonho.


      Enquanto isso, na turma noturna, a principal dificuldade é relacionar o material didático à BNCC

      Desse modo, atribuímos essas dificuldades tanto ao baixo letramento digital, quanto a falta de informação do documento que rege as bases da educação brasileira.

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  8. Boa Noite! Parabéns pelo texto.
    É importante dizer que as mídias ajudam o professor a deixar suas aulas mais “modernas” e que chamem a atenção do aluno, além de a produção de materiais didáticos como podcast, vídeo aulas, jogos e etc. fazerem com que professores e alunos trabalhem e se envolvam mais em determinado assunto. Sabendo disso, gostaria de saber se os temas para os materiais didáticos, que foram feitos durante essa pesquisa, foram escolhidos pelos próprios alunos ou pelos professores? E se além dos livros didáticos tiveram outras referências?

    Jady Emanuely Amorim Ferreira

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    1. Olá Jady, os alunos possuem liberdade para escolher os temas que querem trabalhar, assim como também a série a que se destina o produto.

      Para a construção dos seus produtos, tanto virtuais quanto físicos, são usados os textos propostos no plano de curso, livros didáticos, iconografias, filmes, poemas, manuscritos, conjuntos arquitetônicos, e vários outros materiais. Isso vai depender do tema escolhido pela equipe, pois eles terão que relacionar o microtema do seu produto (gênero, poemas, guerras), ao macrotema da semana (Império Bizantino, povos germânicos, mentalidade mágica).

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