O FENÔMENO “BOLENA”: PROTAGONISMO
FEMININO E NOVAS REPRESENTAÇÕES DE ANA BOLENA (1501-1536), A “RAINHA DE MAIO”
Introdução
É possível apontar que com o
protagonismo feminino cada vez mais presentes nos discursos históricos,
mulheres emblemáticas ganham destaques nas mais diversas narrativas
historiográficas. Tendo em vista esses fatores, nota-se uma forte
ressignificação da imagem da rainha inglesa Ana Bolena (1501-1536). A mesma
marcou a história da Inglaterra por ter sido grande influência para o
surgimento do Anglicanismo na corte do rei Henrique VIII (1491-1547), já que
era adepta de ideias reformadores e influenciou o rei a aderir a
Reforma.
Para ficar com Ana Bolena, Henrique
buscou desquitar-se de sua esposa Catarina de Aragão (1485-1533), o que o levou
a romper sua aliança com a Igreja Católica e a casar-se secretamente com Ana em
1533. Em 1534 através do Ato de Supremacia, ele foi proclamado Chefe da Igreja
da Inglaterra. Porém Ana só conseguiu dar uma filha ao rei, Elizabeth, e após
reinar por cerca de mil dias, foi condenada à morte em maio de 1536. Chamada de
“rainha de maio”, pois no mesmo mês de sua execução, três anos antes foi o da
sua coroação, ela foi acusada de conspirar contra o rei, adultério e incesto,
porém historiadores como Tapioca Neto [2013] apontam que sua morte não passou
de um plano do rei para livrar-se de Ana, casar-se com outra e obter um
herdeiro homem para o trono.
Todavia, a história da segunda esposa
do rei Henrique VIII marca produções literárias e audiovisuais na
contemporaneidade, e até mesmo mídias digitais com a dedicação de páginas,
blogs e fóruns onlines dispostos a enaltecer a figura da corajosa rainha e
propor debates virtuais sobre sua contribuição histórica. Estas novas formas de interpretar a história
de Ana e expandir outras visões sobre esta mulher, fica caracterizado como o
“Fenômeno Bolena”, possibilitando que novas narrativas e releituras sobre Ana
ganhem destaque na Indústria Cultural, e contribuem para novas perspectivas
acerca da memória desta rainha.
Uma
História que rompe silêncios: O Feminismo e a História das Mulheres
O “fenômeno Bolena”, apesar de se
manter muito forte na contemporaneidade, surge como uma consequência da própria
reabilitação da memória de importantes figuras femininas para a história, fruto
das conquistas feministas que reivindicaram a escrita de uma história com mais
representatividade para o gênero feminino. Vale salientar, a importante
expansão do campo da “História das Mulheres”, que ganhou força entre os anos 60
e 70 possibilitando uma análise maior das contribuições femininas na história e
o estudo das relações de gênero. Pois como destaca Michelle Perrot [2007, p.
15]:
“O desenvolvimento da história das
mulheres acompanha em surdina o "movimento" das mulheres em direção à
emancipação e à liberação. Trata-se da tradução e do efeito de uma tomada de
consciência ainda mais vasta: a da dimensão sexuada da sociedade e da história.
Em trinta anos várias gerações intelectuais se sucederam, as quais produziram
com as teses, os livros, uma acumulação que já não é mais ‘primitiva’”.
Perrot [2007] expõe ainda que
escrever uma História das mulheres é sair do silêncio em que elas estavam
confinadas. Este pensamento evidencia o quanto mulheres durante muito tempo
estiveram ofuscadas pelas figuras masculinas – as dominantes ao longo de toda a
história, e esta mudança nos discursos justifica as novas construções de
narrativas para Ana Bolena, que tiveram início principalmente em seu território
natal, a Inglaterra.
Sabe-se que, no século XX, com o
advento das grandes guerras, as condições femininas começam a passar por
intensas transformações, principalmente na Inglaterra. A Segunda Guerra Mundial
(1937-1945) fez com que na ausência dos homens, várias mulheres, ou por
necessidades financeiras e até por um estímulo do Estado, assumissem trabalhos
e funções antes masculinas, sendo a ocupação destes postos necessária.
Conforme explica Tapioca Neto [2013]
após a guerra muitas mulheres se recusaram a voltar para as suas casas e
retomar a situação de submissão, o que fez eclodir assim, mais debates sobre a
igualdade de gêneros a favor das mulheres. Além disso muitas mulheres passaram
a sofrer com a desigualdade de salários: “Na Inglaterra a situação não era
diferente, as mulheres ganhavam em média 52% do salário dos homens, com o
objetivo de que elas preferissem ser mães ao trabalho fora de casa” [Oliveira, 2007, p.
126]. Porém, os anseios femininos continuaram em evidência, principalmente pela
voz de Simone de Beauvoir:
“No ano de 1949, a escritora Simone
de Beauvoir lança o seu polêmico livro intitulado O Segundo Sexo, que discutia
as desigualdades sexuais sob uma perspectiva voltada para o existencialismo e
materialismo-histórico. Fora nessa obra em que a referida autora lançara as
primeiras bases para a posterior definição do conceito de “gênero”, ao escrever
que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher” (ibidem)”. [Tapioca Neto, 2013, p.
53]
Nota-se, no contexto pós Segunda Mundial,
que apesar das inúmeras tentativas de condicionar as mulheres ao ambiente
doméstico, as lutas femininas não seriam silenciadas. Entretanto, este
movimento só voltaria com mais força entre os anos 50 e 60, inaugurando a
“Segunda Onda do Feminismo”. Cabe destacar que entre as contribuições da
entrada da mulher no mercado de trabalho deste período pós-guerra, está
claramente as novas ressignificações do papel da mulher, não mais presa ao lar:
“Com efeito, a
mulher casada, que antes era concebida como uma espécie de apêndice do marido
começou a desejar maior liberdade e autonomia em suas decisões. Desse modo,
surgira na sociedade ocidental um novo tipo de família, na qual elas
desempenhavam o papel de chefe da casa. Em muitos casos, a presença masculina era
deixada de lado, e a mulher passa a assumir tanto as funções de pai, quanto a
de mãe”. [Tapioca Neto, 2013, p. 53]
O movimento Feminista, como destaca
Oliveira [2007] continuou bem engajado na sua “Segunda Onda” que se estenderia
da década de 60 até os anos 90, e entre suas principais pautas se destacou: a
pretensão pela igualdade de sexos, denunciando o peso da discriminação
produzida pela lei e pela economia; assim como também o combate ao sistema
patriarcal, havendo um forte apelo pela igualdade de direitos. Além disso houve
“A Terceira Onda do Feminismo”, que parte da década de 90 e se estende até os
dias atuais, abordando temáticas necessárias como assédio e estupro,
sexualidade e empoderamento feminino.
Foi a partir das conquistas do
movimento feminista entre as décadas de 60 e 70 que houve a emergência dos
estudos do campo da História das Mulheres. proporcionando uma nova abordagem
sobre as figuras femininas no Medievo, sendo possível visualizar uma expansão
nas pesquisas acadêmicas acerca do papel de Ana Bolena nas várias esferas que
ela ocupou seja na corte, religião e até política, transgredindo padrões
impostos ao seu gênero:
“Ana era diferente também na maneira
de ser, como Fraser realça: impulsiva, de resposta pronta e “língua afiada”,
características pouco apreciadas na mulher e que Henrique terá admirado [...]
Havia algo de corajoso (e imprudente) na forma como Ana construía também a sua
imagem, na forma como reagia. [...] Onde estavam a passividade e a conformidade
que a sociedade exigia à mulher?” [Almeida, 2009, p. 26]
Essa figura histórica, antes tão
vilanizada no imaginário inglês do século XVI e apontada como a manipuladora
concubina de Henrique VIII em narrativas oficias da historiografia, vem
destacando-se no Brasil através das pesquisas de autores como Flávia Adriana
Andrade [2013] e Renato Drummond Tapioca Neto [2013], que em suas produções
tentam amenizar esse olhar negativa sobre Ana Bolena, apresentando aspectos que
quebram esses estereótipos depreciativos, mas permitem uma maior alteridade com
esta mulher, que ousava transformar a sua realidade, condicionada pela opressão
ao seu gênero.
Percebendo-se assim, as grandes
contribuições inglesas ao longo de toda a história do Feminismo – movimento
este que se divide em vários nichos, com visões diferentes, - podemos refletir
acerca das transformações que aconteceram na Inglaterra na primeira metade do
século XX e no período pós Segunda Guerra Mundial, como uma maneira de
compreender as influências sociais, políticas e culturais que possibilitaram a
evocação de grandes figuras históricas femininas, a exemplo de Ana Bolena, tema
comum nos estudos da História das Mulheres.
Novos Olhares, Novos Discursos: Ana Bolena e o
protagonismo histórico literário
A historiografia também passou por intensas
mudanças durante essa primeira metade do século XX, pois as inovações trazidas
pela escola dos Annales ao campo historiográfico passaram a se refletir também
na literatura. Vale salientar que a escola dos Annales é uma corrente
historiográfica francesa surgida no século XX, em torno do periódico acadêmico
francês Annales d'histoire économique et sociale, por isso o nome Escola dos
Annales ou Escola dos Anais. O movimento fundado por Lucien Febvre e Marc Bloch
em 1929, destacou-se pela concepção de uma Nova História (Nouvelle Histoire). Essa escola historiográfica propôs uma nova
abordagem da história, através da interdisciplinaridade e adoção de novas
fontes.
Logo, essa transformação no campo
historiográfico acabou fazendo com que o romance histórico também passasse por
grandes revoluções. Geysa Silva [2000] explica que com as influências das
concepções da “Nova História” sobre a narrativa de fatos históricos, o romance
histórico passou a explorar a interdisplinaridade entre história e literatura,
e abriu um caminho de estudos em realidades diferentes, fora dos discursos dos
livros didáticos e de documentos oficiais.
Essa “Nova História” proposta pela
Escola dos Annales impulsionou também um maior diálogo com os romances
históricos, reconhecendo suas potencialidades e abrindo novas possibilidades de
pesquisa com este gênero. A figura de Ana Bolena que já obtinha sucesso após a
Segunda Mundial, foi assim consagrada no gênero literário, este que após sofrer
influências das próprias lutas feministas, buscou assim fazer com o ressurgir
de Ana, um maior protagonismo a sua figura:
“Ana Bolena,
depois do período das Guerras Mundiais, retornara para o mundo da ficção com
mais força e independência que antes. Nesse sentido, a própria luta das
mulheres pela sua emancipação constituíra-se num fator decisivo para que
romancistas [...] repensassem o papel da rainha Ana na sociedade inglesa
quinhentista”. [Tapioca Neto, 2013, p. 54]
É através também do trabalho de
romancistas que a memória de Ana Bolena é reabilitada, processo que vem desde o
contexto pós-guerra através de romancistas, como Jean Plaidy que em 1949
publicou o livro “Assassinato Real”, apresentando Ana como protagonista da narrativa.
Essa obra se destaca por ser escrita em um período crucial para as mulheres,
que estavam alcançando sua emancipação e que se reflete na Ana Bolena de
Plaidy, uma personagem não coadjuvante, mas uma grande protagonista perspicaz,
corajosa e inteligente.
O “Fenômeno Bolena” na literatura
continua na atualidade, com escritoras como Philipha Gregory, romancista
histórica autora de “A Irmã de Ana Bolena” [2001] e “A
Herança de Ana Bolena” [2006] e com a brasileira Bruna Chíxaro que publicou “Ana Bolena”
[2017], livro
destinado ao público juvenil. Todas essas obras compõem novos modelos
narrativos para a história de Ana Bolena, pois buscam revelar uma Ana mais
humana e menos “demonizada”, causando identificação no público que consome
esses livros atraídos por essa protagonista:
“Até o século
XIX, Ana Bolena havia sido representada como uma concubina, amante do rei e
causadora dos males da Inglaterra. Contudo, a partir do século XX nota-se um
reparo em sua imagem, e a literatura assumiu um grande papel nessa questão.
Romancistas como Jean Plaidy em Muder Most Royal [1949], Norah Lofts em The
Concubine [1963] e mesmo Robin Maxwell em The Secret Diary of Anne Boleyn
[1997] optaram por mostrar ao público uma Ana diferente daquela registrada pela
crônica do século XVI, denotando na mesma características que a tornavam
simpática aos olhos modernos, especialmente para as mulheres, que se tornariam
uma das principais defensoras desta personagem”.[Tapioca Neto, 2013, p.57]
Há de se
concordar também que nos recentes discursos historiográficos formulados sob o
prisma do campo da História das Mulheres, Ana Bolena vem ganhando novos
enfoques, que proporcionam a desconstrução do seu
imaginário negativo, pois como aponta Fraser [2014] Ana não estava apenas na
condição de amante e sensual mulher que estremecera o coração de Henrique VIII,
mas de uma instigante e inteligente mulher que não se intimidava diante do rei
e sabia conversar com o mesmo mantendo-se firme e “afiada”.
Essa personalidade cativante da
famosa “Rainha dos Mil dias” acaba servindo de fonte de inspiração para as mais
diversas publicações de mulheres pesquisadoras. Segundo Tapioca Neto [2013] a
maioria dos pesquisadores que se propõe a ressignificar a história da “Rainha
de Maio” é composta pelo público feminino, como é o caso de romancistas e de
historiadoras, a exemplo de Antonia Fraser e Alison Weir, autoras de biografias
de sucesso sobre Ana Bolena.
Luz,
Câmera e... Representação: Ana Bolena e sua apropriação pelo meio audiovisual
No meio audiovisual, Ana Bolena
também ganhou importante destaque através de obras cinematográficas; uma das
suas primeiras representações no cinema foi no filme “Os Amores de Henrique
VIII” de 1933, sendo interpretada pela atriz Merle Oberon. Em 1969, o papel de
Ana Bolena no filme “Ana dos Mil Dias” premiou a atriz Geneviève Bujold com o
Globo de Ouro de melhor atriz, além de uma indicação ao Oscar.
Ana Bolena também já foi interpretada
por Helena Boham Carter no filme de 2003, Henry VIII, e na série da BBC “The
Tudors” [2007-2010] coube a Natalia Dorner dá vida a personagem. A atriz
Natalie Portman também interpretou a filha de Thomas Bolena, no polêmico filme
“A outra” de 2008, que divide opiniões por uma representação de uma Ana mais
vilanizada.
Sobre a relação entre obras
audiovisuais e história, a historiadora Stella Titotto Castanharo [2011] aponta
que o diálogo entre historiadores com as mídias audiovisuais se tornou mais
próximo a partir das décadas de 1980 e 1990, em que os acadêmicos começaram a
problematizar a ideia de que filmes, e atualmente as mídias televisivas e a
internet, são produtores de História:
“Os audiovisuais nunca conseguiram
transpor as histórias dos livros e nem o contrário. Ambos são construções
distintas e com características diferentes que podem abordar a mesma temática
sob diferentes pontos de vista. Dessa forma, assim como a História que é
formada por vários gêneros, os audiovisuais também o são e ambos constroem suas
narrativas por meio de discursos que visam fazer com que o passado seja
compreensível para o presente. Seja na História ou na mídia sempre ocorrem
opções por aquilo que será apresentado e de que forma ele deverá ser
apresentado ao público. O audiovisual segue o mesmo modelo da História ao se
propor a responder as perguntas do espectador sobre aquilo que este
desconhece”. [Castanharo, 2011, p. 35]
É possível apontar então que as obras
audiovisuais se apropriam da figura de Ana Bolena para a realização de um
resgate e reabilitação da sua memória, antes tão silenciada ou vilanizada em
narrativas oficias de historiadores. Esse procedimento de resgate é realizado
quando os meios audiovisuais se apropriam de informações e aspectos de Ana
nunca evidenciados: como sua paixão por livros de reformadores, ou sua facilidade
para persuadir e conversar com homens como uma igual, o que faz com que cinema
e TV acabem descontruindo sua demonização.
A representação
desta figura histórica ao transpor o campo historiográfico e partir para outros
veículos, compreende-se como um processo de apropriação da imagem dessa
figura/personalidade ausente, possibilitando assim a sua presença, através da
reconstituição de sua memória. A representação, segundo Rogér Chartiér [1990]
vale-se dessa substituição da “ausência pela presença” constituindo uma nova
imagem, de acordo com os objetivos que são convenientes para o processo da
elaboração de um sentido para este objeto/símbolo representado. Isto é muito
comum em discursos que buscam essa reabilitação da memória através da narrativa
ficcional.
Este tipo de ressignificações de
simbolismos da Idade Média em produções culturais caracteriza-se, segundo
Macedo [2009] como o fenômeno da medievalidade
que ao utilizar o Medievo como referencial para a elaboração de produtos da
Indústria Cultural como jogos, filmes, livros, etc expande assim as
perspectivas de visões sobre a Idade Média e cria novas formas de interpretá-la
e reimaginá-la.
A reinterpretação da história de Ana
Bolena e de suas contribuições políticas, culturais e religiosas mostra que as
representações de figuras históricas em outras narrativas podem vir a dialogar
com discursos históricos, pois à medida em que novas fontes para a escrita da
história vão sendo analisadas, podemos ter um leque de possibilidades ao ofício
do historiador. Desse modo, Ana Bolena,
enquanto personagem histórica e fictícia, ganha protagonismo proporcionando uma
reflexão sobre a sua trajetória e quebrando velhos estereótipos difundidos em
discursos de demonização e envilecimento contra a “Rainha de Maio”.
Considerações
Finais
Andrade [2013] em sua análise sobre o
protagonismo que Ana Bolena vem ganhando na contemporaneidade, explica que as
percepções sobre Ana dependem do contexto no qual está inserida sua
representação, seja no século XVI, XX ou até na contemporaneidade. A autora
também aponta que essas representações possuem também as implicações
ideológicas e a alteridade do seu autor. Sendo assim, uma imagem de Ana é
formulada enquanto uma personagem que
atenda os anseios desse autor e funcione dentro de sua obra.
É possível destacar que através do
“Fenômeno Bolena”, com a imagem de Ana ganhando diversas representações nos
variados meios culturais, novos debates se abrem ao falarmos das condições
femininas no Medievo, e novas reflexões podem ser feitas acerca desta figura
histórica.
Além disso, observamos que as
possibilidades para o estudo das representações de Ana Bolena na Indústria
Cultural, sejam na literatura, obras audiovisuais ou internet, resultam em um
resgate da memória, muitas vezes depreciada, dessa importante personagem,
expandindo, portanto, a interdisciplinaridade da história com outras áreas e
outras fontes. Isso auxilia de maneira positiva o campo da História das
Mulheres e propõe novas visões sobre os papéis femininos nas diversas esferas
de poder ao longo da história.
Referências
Marcos de Araújo
Oliveira é graduado em Licenciatura em História na Universidade de Pernambuco –
UPE (Campus Petrolina).
ALMEIDA, Ana
Paula Lopes Alves Pinto de. Ana dos mil dias: Ana Bolena, entre a luz e a
sombra da Reforma Henriquina. 2009. Dissertação (Mestrado em Letras) –
Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto, 2009.
ANDRADE, Flávia
Adriana. Ficções de Anna Bolena, na história e na literatura contemporâneas.
2013. 390 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Letras. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
CASTANHARO,
Stella Titotto. As faces do rei: Henrique VIII e suas representações histórica
e audiovisual. 2011. Monografia de Conclusão de Curso (História) – Universidade
Federal do Paraná. Curitiba, 2011. 91 p.
CHARTIER, Roger.
Introdução. In:______, A História Cultural: Entre Práticas e Representações.
Rio de Janeiro: Bertrand, 1990. p. 13-28.
FRASER, Antonia.
As Seis Mulheres de Henrique VIII. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014. 574 p.
MACEDO, José
Rivair. Introdução – Cinema e Idade Média: Perspectivas.
In: José Rivair Macedo; Lênia Márcia Mongelli (Orgs.). A Idade Média no Cinema. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009, p. 13-48
OLIVEIRA, Adriana
Vidal de. A expressão constituinte do feminismo: por uma retomada do processo
liberatório da mulher. 2007. 179f. Dissertação (Mestrado em Direito).
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
PERROT, Michelle.
Minha História das Mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.
SILVA, Geysa.
Nova História, Novo Romance. In: BOEACHAT, M. C. B; OLIVEIRA, P. M; OLIVEIRA,
S. M. P (Orgs). Romance histórico - recorrências e transformações. Belo
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TAPIOCA NETO, R.
D. A condição da mulher na Inglaterra do século XVI: O discurso feminista em
The Secret Diary of Anne Boleyn (1997). Monografia de conclusão de curso
(História) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Ilhéus, 2013. 62 p.
Olá Marcos, muito bom o texto.
ResponderExcluirNa sua comunicação, você faz referências a diferentes formas de representação e abordagem da história de Ana Bolena, como na História, na Literatura, no cinema. Em sua pesquisa, você pretende focar em uma dessas formas de representação em específico? Se sim, qual? Se pretende dialogar entre diferentes formas de representação, poderia falar um pouco como pretende fazer isso?
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Renato, muito obrigado pelas considerações.
ExcluirEntão, esse é o meu 5° artigo sobre Ana Bolena. Nos outros três eu sempre fiz abordagens comparando discursos históricos e literários sobre Ana Bolena, pois acredito que a Literatura sempre ressignifica a imagem de Ana Bolena, podendo apresentar similaridades ou divergências com discursos historiográficos.
Conclui a graduação ano passado e defendi a minha monografia que se intitula “A MAIS FELIZ DAS MULHERES: ANA BOLENA (1501-1536) ENTRE A HISTÓRIA E A FICÇÃO NA OBRA ASSASSINATO REAL (1949) DE JEAN PLAIDY”, na qual analisei um romance histórico, utilizando assim na metodologia, a análise literária da obra de Plaidy, juntamente a uma revisão dos discursos históricos, apresentando como esses discursos dialogam e como a memória de Ana é reabilitada nessa representação romanesca.
A pesquisa que apresento aqui no 6° simpósio surgiu na escrita do 2° capítulo da minha monografia, pois tive que destacar o porquê Ana Bolena vem ganhando protagonismo na contemporaneidade, desse modo resolvi fazer esse aparato das representações do “Fenômeno Bolena” na Historiografia, Literatura e Cinema. Vale frisar que a história de Ana por conter elementos como paixão, política, ascensão, queda, morte, etc. é sempre revisitada atualmente e isso exprime a força dessa figura na atualidade.
Marcos de Araújo Oliveira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrimeiramente parabéns pelo trabalho, é um texto muito bom, principalmente por abordar um tema de muita importância como o feminismo ao tratar de Ana Bolena uma personagem que tem um papel de destaque na história.
ResponderExcluirVocê pretende destacar em outras pesquisas diferentes protagonistas femininas de grande importância na historia? se sim qual seria e por que iria apresentar a mesma?
Carla Cristina de Jesus Raposo
Olá Carla, sim o Feminismo foi fundamental para a criação de uma História das Mulheres, já que o movimento passou a reividicar uma escrita que rompesse silêncios.
ExcluirAna Bolena embora estivesse em um contexto bem anterior ao feminismo, era uma mulher bastante autônoma, mas não feminista. Porém sua história é realmente relevante!
Eu tenho outras pesquisas sobre Ana Bolena e sobre mulheres.
Estou aguardando o aceite de uma revista referente a um artigo sobre Zuzu Angel, famosa estilista que foi morta pelo regime militar no Brasil.
Também já fiz um artigo sobre as Mulheres da Telenovela Novo Mundo, abordando a figura de D.Leopoldina
Além disso submeti um artigo na mesa de estudos de Gênero, desse mesmo evento.
Se intitula "Mulheres Medievais entre a Roca e a Espada" e falo de mulheres nobres na Guerra das Rosas. Você pode ir lê-lo.
Será um prazer para mim.
E nessa mesma Mesa de Medieval, tenho outro artigo no qual analiso com minha amiga as representações de Eva e Maria na Idade Média.
Para mim escrever sobre mulheres é um imenso prazer, ainda que esteja longe do lugar de fala feminino, me coloco a disposição para contribuir com a escrita da história das mulheres.
Marcos de Araújo Oliveira
Olá, no texto você destaca que a disparidades de direitos entre os sexos ganhou ênfase na segunda guerra mundial, dessa maneira, de que forma a desigualdade entre homens e mulheres tanto no aspecto social e histórico seria menor se as mesmas mulheres assumissem trabalhos antes masculinos na época que Ana Bolena viveu?
ResponderExcluirAmanda Cristina Almeida Ramos Correia
Olá Amanda, então...
ExcluirEsse recorte que faço trata-se pois do contexto da Inglaterra, terra natal de Ana Bolena, através disso, podemos ter uma noção de como a Figura de Nan Boullan tornou-se protagonista em território britânico e logo após a nível universal
Bem, diante da perspectiva de que as mulheres muitas vezes trabalhavam juntos aos homens no campo, estavam inseridas na educação do filho, etc
Acredito que a não se trata apenas de uma questão de igualdade de trabalho, mas sim de autonomias femininas.
Já que muitas mulheres ficavam sob a tutela de seus pais ou maridos, sem poder de decisão.
Marcos de Araújo Oliveira