Marcos de Araújo Oliveira


O FENÔMENO “BOLENA”: PROTAGONISMO FEMININO E NOVAS REPRESENTAÇÕES DE ANA BOLENA (1501-1536), A “RAINHA DE MAIO”



Introdução
É possível apontar que com o protagonismo feminino cada vez mais presentes nos discursos históricos, mulheres emblemáticas ganham destaques nas mais diversas narrativas historiográficas. Tendo em vista esses fatores, nota-se uma forte ressignificação da imagem da rainha inglesa Ana Bolena (1501-1536). A mesma marcou a história da Inglaterra por ter sido grande influência para o surgimento do Anglicanismo na corte do rei Henrique VIII (1491-1547), já que era adepta de ideias reformadores e influenciou o rei a aderir a Reforma.

Para ficar com Ana Bolena, Henrique buscou desquitar-se de sua esposa Catarina de Aragão (1485-1533), o que o levou a romper sua aliança com a Igreja Católica e a casar-se secretamente com Ana em 1533. Em 1534 através do Ato de Supremacia, ele foi proclamado Chefe da Igreja da Inglaterra. Porém Ana só conseguiu dar uma filha ao rei, Elizabeth, e após reinar por cerca de mil dias, foi condenada à morte em maio de 1536. Chamada de “rainha de maio”, pois no mesmo mês de sua execução, três anos antes foi o da sua coroação, ela foi acusada de conspirar contra o rei, adultério e incesto, porém historiadores como Tapioca Neto [2013] apontam que sua morte não passou de um plano do rei para livrar-se de Ana, casar-se com outra e obter um herdeiro homem para o trono.

Todavia, a história da segunda esposa do rei Henrique VIII marca produções literárias e audiovisuais na contemporaneidade, e até mesmo mídias digitais com a dedicação de páginas, blogs e fóruns onlines dispostos a enaltecer a figura da corajosa rainha e propor debates virtuais sobre sua contribuição histórica.  Estas novas formas de interpretar a história de Ana e expandir outras visões sobre esta mulher, fica caracterizado como o “Fenômeno Bolena”, possibilitando que novas narrativas e releituras sobre Ana ganhem destaque na Indústria Cultural, e contribuem para novas perspectivas acerca da memória desta rainha.

Uma História que rompe silêncios: O Feminismo e a História das Mulheres
O “fenômeno Bolena”, apesar de se manter muito forte na contemporaneidade, surge como uma consequência da própria reabilitação da memória de importantes figuras femininas para a história, fruto das conquistas feministas que reivindicaram a escrita de uma história com mais representatividade para o gênero feminino. Vale salientar, a importante expansão do campo da “História das Mulheres”, que ganhou força entre os anos 60 e 70 possibilitando uma análise maior das contribuições femininas na história e o estudo das relações de gênero. Pois como destaca Michelle Perrot [2007, p. 15]:

“O desenvolvimento da história das mulheres acompanha em surdina o "movimento" das mulheres em direção à emancipação e à liberação. Trata-se da tradução e do efeito de uma tomada de consciência ainda mais vasta: a da dimensão sexuada da sociedade e da história. Em trinta anos várias gerações intelectuais se sucederam, as quais produziram com as teses, os livros, uma acumulação que já não é mais ‘primitiva’”.

Perrot [2007] expõe ainda que escrever uma História das mulheres é sair do silêncio em que elas estavam confinadas. Este pensamento evidencia o quanto mulheres durante muito tempo estiveram ofuscadas pelas figuras masculinas – as dominantes ao longo de toda a história, e esta mudança nos discursos justifica as novas construções de narrativas para Ana Bolena, que tiveram início principalmente em seu território natal, a Inglaterra.

Sabe-se que, no século XX, com o advento das grandes guerras, as condições femininas começam a passar por intensas transformações, principalmente na Inglaterra. A Segunda Guerra Mundial (1937-1945) fez com que na ausência dos homens, várias mulheres, ou por necessidades financeiras e até por um estímulo do Estado, assumissem trabalhos e funções antes masculinas, sendo a ocupação destes postos necessária.

Conforme explica Tapioca Neto [2013] após a guerra muitas mulheres se recusaram a voltar para as suas casas e retomar a situação de submissão, o que fez eclodir assim, mais debates sobre a igualdade de gêneros a favor das mulheres. Além disso muitas mulheres passaram a sofrer com a desigualdade de salários: “Na Inglaterra a situação não era diferente, as mulheres ganhavam em média 52% do salário dos homens, com o objetivo de que elas preferissem ser mães ao trabalho fora de casa” [Oliveira, 2007, p. 126]. Porém, os anseios femininos continuaram em evidência, principalmente pela voz de Simone de Beauvoir:

“No ano de 1949, a escritora Simone de Beauvoir lança o seu polêmico livro intitulado O Segundo Sexo, que discutia as desigualdades sexuais sob uma perspectiva voltada para o existencialismo e materialismo-histórico. Fora nessa obra em que a referida autora lançara as primeiras bases para a posterior definição do conceito de “gênero”, ao escrever que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher” (ibidem)”. [Tapioca Neto, 2013, p. 53]

Nota-se, no contexto pós Segunda Mundial, que apesar das inúmeras tentativas de condicionar as mulheres ao ambiente doméstico, as lutas femininas não seriam silenciadas. Entretanto, este movimento só voltaria com mais força entre os anos 50 e 60, inaugurando a “Segunda Onda do Feminismo”. Cabe destacar que entre as contribuições da entrada da mulher no mercado de trabalho deste período pós-guerra, está claramente as novas ressignificações do papel da mulher, não mais presa ao lar:

“Com efeito, a mulher casada, que antes era concebida como uma espécie de apêndice do marido começou a desejar maior liberdade e autonomia em suas decisões. Desse modo, surgira na sociedade ocidental um novo tipo de família, na qual elas desempenhavam o papel de chefe da casa. Em muitos casos, a presença masculina era deixada de lado, e a mulher passa a assumir tanto as funções de pai, quanto a de mãe”. [Tapioca Neto, 2013, p. 53]

O movimento Feminista, como destaca Oliveira [2007] continuou bem engajado na sua “Segunda Onda” que se estenderia da década de 60 até os anos 90, e entre suas principais pautas se destacou: a pretensão pela igualdade de sexos, denunciando o peso da discriminação produzida pela lei e pela economia; assim como também o combate ao sistema patriarcal, havendo um forte apelo pela igualdade de direitos. Além disso houve “A Terceira Onda do Feminismo”, que parte da década de 90 e se estende até os dias atuais, abordando temáticas necessárias como assédio e estupro, sexualidade e empoderamento feminino.

Foi a partir das conquistas do movimento feminista entre as décadas de 60 e 70 que houve a emergência dos estudos do campo da História das Mulheres. proporcionando uma nova abordagem sobre as figuras femininas no Medievo, sendo possível visualizar uma expansão nas pesquisas acadêmicas acerca do papel de Ana Bolena nas várias esferas que ela ocupou seja na corte, religião e até política, transgredindo padrões impostos ao seu gênero:

“Ana era diferente também na maneira de ser, como Fraser realça: impulsiva, de resposta pronta e “língua afiada”, características pouco apreciadas na mulher e que Henrique terá admirado [...] Havia algo de corajoso (e imprudente) na forma como Ana construía também a sua imagem, na forma como reagia. [...] Onde estavam a passividade e a conformidade que a sociedade exigia à mulher?” [Almeida, 2009, p. 26]

Essa figura histórica, antes tão vilanizada no imaginário inglês do século XVI e apontada como a manipuladora concubina de Henrique VIII em narrativas oficias da historiografia, vem destacando-se no Brasil através das pesquisas de autores como Flávia Adriana Andrade [2013] e Renato Drummond Tapioca Neto [2013], que em suas produções tentam amenizar esse olhar negativa sobre Ana Bolena, apresentando aspectos que quebram esses estereótipos depreciativos, mas permitem uma maior alteridade com esta mulher, que ousava transformar a sua realidade, condicionada pela opressão ao seu gênero.

Percebendo-se assim, as grandes contribuições inglesas ao longo de toda a história do Feminismo – movimento este que se divide em vários nichos, com visões diferentes, - podemos refletir acerca das transformações que aconteceram na Inglaterra na primeira metade do século XX e no período pós Segunda Guerra Mundial, como uma maneira de compreender as influências sociais, políticas e culturais que possibilitaram a evocação de grandes figuras históricas femininas, a exemplo de Ana Bolena, tema comum nos estudos da História das Mulheres.


Novos Olhares, Novos Discursos: Ana Bolena e o protagonismo histórico literário
A historiografia também passou por intensas mudanças durante essa primeira metade do século XX, pois as inovações trazidas pela escola dos Annales ao campo historiográfico passaram a se refletir também na literatura. Vale salientar que a escola dos Annales é uma corrente historiográfica francesa surgida no século XX, em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, por isso o nome Escola dos Annales ou Escola dos Anais. O movimento fundado por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, destacou-se pela concepção de uma Nova História (Nouvelle Histoire). Essa escola historiográfica propôs uma nova abordagem da história, através da interdisciplinaridade e adoção de novas fontes.

Logo, essa transformação no campo historiográfico acabou fazendo com que o romance histórico também passasse por grandes revoluções. Geysa Silva [2000] explica que com as influências das concepções da “Nova História” sobre a narrativa de fatos históricos, o romance histórico passou a explorar a interdisplinaridade entre história e literatura, e abriu um caminho de estudos em realidades diferentes, fora dos discursos dos livros didáticos e de documentos oficiais.

Essa “Nova História” proposta pela Escola dos Annales impulsionou também um maior diálogo com os romances históricos, reconhecendo suas potencialidades e abrindo novas possibilidades de pesquisa com este gênero. A figura de Ana Bolena que já obtinha sucesso após a Segunda Mundial, foi assim consagrada no gênero literário, este que após sofrer influências das próprias lutas feministas, buscou assim fazer com o ressurgir de Ana, um maior protagonismo a sua figura:

“Ana Bolena, depois do período das Guerras Mundiais, retornara para o mundo da ficção com mais força e independência que antes. Nesse sentido, a própria luta das mulheres pela sua emancipação constituíra-se num fator decisivo para que romancistas [...] repensassem o papel da rainha Ana na sociedade inglesa quinhentista”. [Tapioca Neto, 2013, p. 54]
É através também do trabalho de romancistas que a memória de Ana Bolena é reabilitada, processo que vem desde o contexto pós-guerra através de romancistas, como Jean Plaidy que em 1949 publicou o livro “Assassinato Real”, apresentando Ana como protagonista da narrativa. Essa obra se destaca por ser escrita em um período crucial para as mulheres, que estavam alcançando sua emancipação e que se reflete na Ana Bolena de Plaidy, uma personagem não coadjuvante, mas uma grande protagonista perspicaz, corajosa e inteligente.

O “Fenômeno Bolena” na literatura continua na atualidade, com escritoras como Philipha Gregory, romancista histórica autora de “A Irmã de Ana Bolena” [2001] e “A Herança de Ana Bolena” [2006] e com a brasileira Bruna Chíxaro que publicou “Ana Bolena” [2017], livro destinado ao público juvenil. Todas essas obras compõem novos modelos narrativos para a história de Ana Bolena, pois buscam revelar uma Ana mais humana e menos “demonizada”, causando identificação no público que consome esses livros atraídos por essa protagonista:

“Até o século XIX, Ana Bolena havia sido representada como uma concubina, amante do rei e causadora dos males da Inglaterra. Contudo, a partir do século XX nota-se um reparo em sua imagem, e a literatura assumiu um grande papel nessa questão. Romancistas como Jean Plaidy em Muder Most Royal [1949], Norah Lofts em The Concubine [1963] e mesmo Robin Maxwell em The Secret Diary of Anne Boleyn [1997] optaram por mostrar ao público uma Ana diferente daquela registrada pela crônica do século XVI, denotando na mesma características que a tornavam simpática aos olhos modernos, especialmente para as mulheres, que se tornariam uma das principais defensoras desta personagem”.[Tapioca Neto, 2013, p.57]

Há de se concordar também que nos recentes discursos historiográficos formulados sob o prisma do campo da História das Mulheres, Ana Bolena vem ganhando novos enfoques,  que  proporcionam a desconstrução do seu imaginário negativo, pois como aponta Fraser [2014] Ana não estava apenas na condição de amante e sensual mulher que estremecera o coração de Henrique VIII, mas de uma instigante e inteligente mulher que não se intimidava diante do rei e sabia conversar com o mesmo mantendo-se firme e “afiada”.

Essa personalidade cativante da famosa “Rainha dos Mil dias” acaba servindo de fonte de inspiração para as mais diversas publicações de mulheres pesquisadoras. Segundo Tapioca Neto [2013] a maioria dos pesquisadores que se propõe a ressignificar a história da “Rainha de Maio” é composta pelo público feminino, como é o caso de romancistas e de historiadoras, a exemplo de Antonia Fraser e Alison Weir, autoras de biografias de sucesso sobre Ana Bolena.

Luz, Câmera e... Representação: Ana Bolena e sua apropriação pelo meio audiovisual
No meio audiovisual, Ana Bolena também ganhou importante destaque através de obras cinematográficas; uma das suas primeiras representações no cinema foi no filme “Os Amores de Henrique VIII” de 1933, sendo interpretada pela atriz Merle Oberon. Em 1969, o papel de Ana Bolena no filme “Ana dos Mil Dias” premiou a atriz Geneviève Bujold com o Globo de Ouro de melhor atriz, além de uma indicação ao Oscar. 

Ana Bolena também já foi interpretada por Helena Boham Carter no filme de 2003, Henry VIII, e na série da BBC “The Tudors” [2007-2010] coube a Natalia Dorner dá vida a personagem. A atriz Natalie Portman também interpretou a filha de Thomas Bolena, no polêmico filme “A outra” de 2008, que divide opiniões por uma representação de uma Ana mais vilanizada.

Sobre a relação entre obras audiovisuais e história, a historiadora Stella Titotto Castanharo [2011] aponta que o diálogo entre historiadores com as mídias audiovisuais se tornou mais próximo a partir das décadas de 1980 e 1990, em que os acadêmicos começaram a problematizar a ideia de que filmes, e atualmente as mídias televisivas e a internet, são produtores de História:

“Os audiovisuais nunca conseguiram transpor as histórias dos livros e nem o contrário. Ambos são construções distintas e com características diferentes que podem abordar a mesma temática sob diferentes pontos de vista. Dessa forma, assim como a História que é formada por vários gêneros, os audiovisuais também o são e ambos constroem suas narrativas por meio de discursos que visam fazer com que o passado seja compreensível para o presente. Seja na História ou na mídia sempre ocorrem opções por aquilo que será apresentado e de que forma ele deverá ser apresentado ao público. O audiovisual segue o mesmo modelo da História ao se propor a responder as perguntas do espectador sobre aquilo que este desconhece”. [Castanharo, 2011, p. 35]

É possível apontar então que as obras audiovisuais se apropriam da figura de Ana Bolena para a realização de um resgate e reabilitação da sua memória, antes tão silenciada ou vilanizada em narrativas oficias de historiadores. Esse procedimento de resgate é realizado quando os meios audiovisuais se apropriam de informações e aspectos de Ana nunca evidenciados: como sua paixão por livros de reformadores, ou sua facilidade para persuadir e conversar com homens como uma igual, o que faz com que cinema e TV acabem descontruindo sua demonização.

A representação desta figura histórica ao transpor o campo historiográfico e partir para outros veículos, compreende-se como um processo de apropriação da imagem dessa figura/personalidade ausente, possibilitando assim a sua presença, através da reconstituição de sua memória. A representação, segundo Rogér Chartiér [1990] vale-se dessa substituição da “ausência pela presença” constituindo uma nova imagem, de acordo com os objetivos que são convenientes para o processo da elaboração de um sentido para este objeto/símbolo representado. Isto é muito comum em discursos que buscam essa reabilitação da memória através da narrativa ficcional.

Este tipo de ressignificações de simbolismos da Idade Média em produções culturais caracteriza-se, segundo Macedo [2009] como o fenômeno da medievalidade que ao utilizar o Medievo como referencial para a elaboração de produtos da Indústria Cultural como jogos, filmes, livros, etc expande assim as perspectivas de visões sobre a Idade Média e cria novas formas de interpretá-la e reimaginá-la.

A reinterpretação da história de Ana Bolena e de suas contribuições políticas, culturais e religiosas mostra que as representações de figuras históricas em outras narrativas podem vir a dialogar com discursos históricos, pois à medida em que novas fontes para a escrita da história vão sendo analisadas, podemos ter um leque de possibilidades ao ofício do historiador.  Desse modo, Ana Bolena, enquanto personagem histórica e fictícia, ganha protagonismo proporcionando uma reflexão sobre a sua trajetória e quebrando velhos estereótipos difundidos em discursos de demonização e envilecimento contra a “Rainha de Maio”.

Considerações Finais
Andrade [2013] em sua análise sobre o protagonismo que Ana Bolena vem ganhando na contemporaneidade, explica que as percepções sobre Ana dependem do contexto no qual está inserida sua representação, seja no século XVI, XX ou até na contemporaneidade. A autora também aponta que essas representações possuem também as implicações ideológicas e a alteridade do seu autor. Sendo assim, uma imagem de Ana é formulada enquanto uma personagem que atenda os anseios desse autor e funcione dentro de sua obra.

É possível destacar que através do “Fenômeno Bolena”, com a imagem de Ana ganhando diversas representações nos variados meios culturais, novos debates se abrem ao falarmos das condições femininas no Medievo, e novas reflexões podem ser feitas acerca desta figura histórica.

Além disso, observamos que as possibilidades para o estudo das representações de Ana Bolena na Indústria Cultural, sejam na literatura, obras audiovisuais ou internet, resultam em um resgate da memória, muitas vezes depreciada, dessa importante personagem, expandindo, portanto, a interdisciplinaridade da história com outras áreas e outras fontes. Isso auxilia de maneira positiva o campo da História das Mulheres e propõe novas visões sobre os papéis femininos nas diversas esferas de poder ao longo da história.

Referências
Marcos de Araújo Oliveira é graduado em Licenciatura em História na Universidade de Pernambuco – UPE (Campus Petrolina).

ALMEIDA, Ana Paula Lopes Alves Pinto de. Ana dos mil dias: Ana Bolena, entre a luz e a sombra da Reforma Henriquina. 2009. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto, 2009.
ANDRADE, Flávia Adriana. Ficções de Anna Bolena, na história e na literatura contemporâneas. 2013. 390 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Letras. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
CASTANHARO, Stella Titotto. As faces do rei: Henrique VIII e suas representações histórica e audiovisual. 2011. Monografia de Conclusão de Curso (História) – Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2011. 91 p.
CHARTIER, Roger. Introdução. In:______, A História Cultural: Entre Práticas e Representações. Rio de Janeiro: Bertrand, 1990. p. 13-28.
FRASER, Antonia. As Seis Mulheres de Henrique VIII. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014. 574 p.
MACEDO, José Rivair. Introdução – Cinema e Idade Média: Perspectivas. In:  José Rivair Macedo; Lênia Márcia Mongelli (Orgs.). A Idade Média no Cinema. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009, p. 13-48
OLIVEIRA, Adriana Vidal de. A expressão constituinte do feminismo: por uma retomada do processo liberatório da mulher. 2007. 179f. Dissertação (Mestrado em Direito). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
PERROT, Michelle. Minha História das Mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.
SILVA, Geysa. Nova História, Novo Romance. In: BOEACHAT, M. C. B; OLIVEIRA, P. M; OLIVEIRA, S. M. P (Orgs). Romance histórico - recorrências e transformações. Belo Horizonte. FALE/UFMG, 2000. p. 179-184.
TAPIOCA NETO, R. D. A condição da mulher na Inglaterra do século XVI: O discurso feminista em The Secret Diary of Anne Boleyn (1997). Monografia de conclusão de curso (História) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Ilhéus, 2013. 62 p.

8 comentários:

  1. Olá Marcos, muito bom o texto.
    Na sua comunicação, você faz referências a diferentes formas de representação e abordagem da história de Ana Bolena, como na História, na Literatura, no cinema. Em sua pesquisa, você pretende focar em uma dessas formas de representação em específico? Se sim, qual? Se pretende dialogar entre diferentes formas de representação, poderia falar um pouco como pretende fazer isso?

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    2. Olá Renato, muito obrigado pelas considerações.
      Então, esse é o meu 5° artigo sobre Ana Bolena. Nos outros três eu sempre fiz abordagens comparando discursos históricos e literários sobre Ana Bolena, pois acredito que a Literatura sempre ressignifica a imagem de Ana Bolena, podendo apresentar similaridades ou divergências com discursos historiográficos.
      Conclui a graduação ano passado e defendi a minha monografia que se intitula “A MAIS FELIZ DAS MULHERES: ANA BOLENA (1501-1536) ENTRE A HISTÓRIA E A FICÇÃO NA OBRA ASSASSINATO REAL (1949) DE JEAN PLAIDY”, na qual analisei um romance histórico, utilizando assim na metodologia, a análise literária da obra de Plaidy, juntamente a uma revisão dos discursos históricos, apresentando como esses discursos dialogam e como a memória de Ana é reabilitada nessa representação romanesca.

      A pesquisa que apresento aqui no 6° simpósio surgiu na escrita do 2° capítulo da minha monografia, pois tive que destacar o porquê Ana Bolena vem ganhando protagonismo na contemporaneidade, desse modo resolvi fazer esse aparato das representações do “Fenômeno Bolena” na Historiografia, Literatura e Cinema. Vale frisar que a história de Ana por conter elementos como paixão, política, ascensão, queda, morte, etc. é sempre revisitada atualmente e isso exprime a força dessa figura na atualidade.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Primeiramente parabéns pelo trabalho, é um texto muito bom, principalmente por abordar um tema de muita importância como o feminismo ao tratar de Ana Bolena uma personagem que tem um papel de destaque na história.
    Você pretende destacar em outras pesquisas diferentes protagonistas femininas de grande importância na historia? se sim qual seria e por que iria apresentar a mesma?

    Carla Cristina de Jesus Raposo

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    1. Olá Carla, sim o Feminismo foi fundamental para a criação de uma História das Mulheres, já que o movimento passou a reividicar uma escrita que rompesse silêncios.
      Ana Bolena embora estivesse em um contexto bem anterior ao feminismo, era uma mulher bastante autônoma, mas não feminista. Porém sua história é realmente relevante!

      Eu tenho outras pesquisas sobre Ana Bolena e sobre mulheres.
      Estou aguardando o aceite de uma revista referente a um artigo sobre Zuzu Angel, famosa estilista que foi morta pelo regime militar no Brasil.
      Também já fiz um artigo sobre as Mulheres da Telenovela Novo Mundo, abordando a figura de D.Leopoldina
      Além disso submeti um artigo na mesa de estudos de Gênero, desse mesmo evento.
      Se intitula "Mulheres Medievais entre a Roca e a Espada" e falo de mulheres nobres na Guerra das Rosas. Você pode ir lê-lo.
      Será um prazer para mim.
      E nessa mesma Mesa de Medieval, tenho outro artigo no qual analiso com minha amiga as representações de Eva e Maria na Idade Média.

      Para mim escrever sobre mulheres é um imenso prazer, ainda que esteja longe do lugar de fala feminino, me coloco a disposição para contribuir com a escrita da história das mulheres.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  4. Olá, no texto você destaca que a disparidades de direitos entre os sexos ganhou ênfase na segunda guerra mundial, dessa maneira, de que forma a desigualdade entre homens e mulheres tanto no aspecto social e histórico seria menor se as mesmas mulheres assumissem trabalhos antes masculinos na época que Ana Bolena viveu?

    Amanda Cristina Almeida Ramos Correia

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    1. Olá Amanda, então...
      Esse recorte que faço trata-se pois do contexto da Inglaterra, terra natal de Ana Bolena, através disso, podemos ter uma noção de como a Figura de Nan Boullan tornou-se protagonista em território britânico e logo após a nível universal
      Bem, diante da perspectiva de que as mulheres muitas vezes trabalhavam juntos aos homens no campo, estavam inseridas na educação do filho, etc
      Acredito que a não se trata apenas de uma questão de igualdade de trabalho, mas sim de autonomias femininas.
      Já que muitas mulheres ficavam sob a tutela de seus pais ou maridos, sem poder de decisão.

      Marcos de Araújo Oliveira

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